quarta-feira, 26 de setembro de 2007

LITERATURA BAIANA: A Coluna TORTA - Manoel Paim / NUCJU

A Coluna TORTA

Todos sabemos que o sexo é algo inferior e sinaliza os resquícios que cada um de nós possui com a animalidade. No sexo nós nos igualamos aos bichos e ficamos submetidos aos instintos mais primitivos, que revelam parte da nossa natureza orgânica e corporal sem traços de inteligência, sentimentos profundos ou evoluídos. Quando nos permitimos o deleite sensorial que o sexo nos proporciona, ficamos submetidos a uma força que impede o nosso crescimento e refinamento humanos.
Se olharmos bem, nem os anjos nem os extraterrestres possuem a horripilante e animalesca protuberância masculina bem como as reentrâncias, vales e montes do corpo feminino. Todos os evoluídos são lisos e sem pelos e não fazem sexo. A energia gasta para esse exercício é um desperdício que deveria ser utilizado para a exploração de caminhos mais espirituais e divinizadores. O ato sexual deveria ser feito quase sem prazer, somente por obediência a lei de procriação e somente nos momentos em que tal possibilidade fosse espiritualmente permitida. E, para que a tentação não se imponha, mister se faz a oração anteceder o ato, buscando pedir perdão aos Deuses e seguir orando e proclamando louvores até que o concluio esteja concluso.
Nada deve lembrar o libidinoso! Nada deve favorecer as contorções pecaminosas, os apertos demasiados, as lambidas indecentes e os suores infernais.
Tudo implica na aplicação de uma forca superior que se sobreponha aos eflúvios subterrâneos emanados de nossa descendência primitiva e terrestre. Devemos ter em mente, continuamente, que quando nos permitimos e entregamos nosso corpo e nossa alma na realização desse desejo nosso sangue aquece e nosso coração dispara. O rubor da face e o calor físico aumentam na proporção em que somos conduzidos a uma perdição que vai eliminando, até acabar de vez com os nossos receios e o nosso controle. O caráter de cada um parece derreter nesse fogo fátuo que tem fim pré-definido, mas que fazemos um esforço hercúleo para torná-lo infindável. Estas excrescências humanas querem transformar um momento fugaz em eternidade e embriagar-nos de tal modo que ficamos esquecidos de todo o sofrimento comum da natureza humana, além de olvidar da nossa missão de viver em constante e permanente constrição. Este ato quer nos fazer livres quando não somos. Este ato quer nos tornar donos do nosso destino e do nosso corpo, quando não somos.
Este ato quer nos fazer crer que podemos transformar um nada em um significado e o outro em nós mesmos, fundindo dois seres e dois egos de tal forma que nos leva a crer na não-separatividade, na igualdade, na irmandade e na confiabilidade sem limites.
Este ato quer nos fazer acreditar que não existe divisão entre eu e você e nós. Quer nos amontoar uns sobre os outros de modo a perder-nos de nossas queridas individualidades.
A! Ah ah ah ah ah ah…
Meu Deus!!!!
O que o sexo quer de nós é horrível!!!!
Senhor! Livra-nos do sexo!!
Amém!!

Manoel Paim – NUCJU
http://www.asserjuf.org.br/falajuf.htm

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