segunda-feira, 29 de outubro de 2007

OPORTUNIDADES: Você já pensou em trabalhar no exterior?



Vagas no Canadá e na Austrália
http://br.noticias.yahoo.com/s/071029/31/gjgefs.html

São Paulo, 29 de Outubro de 2007 - Sem profissionais para sustentar o ritmo de crescimento, os dois países recrutam brasileiros. Falar algum idioma estrangeiro é apenas um requisito para a sobrevivência no competitivo mercado de trabalho - especialmente no meio executivo. Mas para os profissionais dispostos a encarar uma vida nova, em um outro país, esta habilidade pode ser a chave para um futuro promissor. Para atender às suas próprias demandas de crescimento, a Austrália e o Canadá estão buscando profissionais de outras nacionalidades. A lista inclui executivos e especialistas, a maioria com graduação superior.

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E o Brasil tem sido um dos locais mais procurados. A Austrália, por exemplo, contratou uma agência de imigração, a Visacorp, baseada em Sydney, que conta com uma agente brasileira, dedicada à busca de gente para trabalhar na terra dos cangurus. Da mesma forma, uma agente de imigração da Província de Quebec, no Canadá, realiza palestras nas principais capitais do Brasil, com o objetivo de mostrar aos interessados as vantagens de se investir em uma carreira no gelado país da América do Norte.

Nos dois casos, além de ter nível intermediário do idioma corrente (para a Austrália, inglês, e para o Canadá, francês), os candidatos à migração devem ter experiência em suas respectivas áreas de atuação. Na Austrália, a preferência é por pessoas com menos de 45 anos. Já no Canadá, puxam a fila os candidatos com até 35 anos. Não há garantia de emprego para os participantes dos programas de imigração aos dois países. Porém, uma vez aprovados, os profissionais contam com todo apoio para a legalização de sua situação e a busca de colocação nos mercados de trabalhos locais.

Vida nova na Oceania Nas últimas décadas, a Austrália tem se firmado como uma economia forte e em crescimento. Com apenas 21 milhões de habitantes, o país não consegue gerar profissionais suficientes para atender à demanda de diversos setores. Por isso, o governo tem facilitado a entrada de mão-de-obra qualificada de outras nações, por meio do Programa de Imigração para Profissionais Qualificados.

Hoje, gente de várias áreas encontra na Austrália mais chances de se recolocar e ser bem-sucedida do que no Brasil. Embora haja vagas para diversos setores, entre os mais procurados no país estão executivos e profissionais ligados à engenharia, contabilidade, auditoria e computação.

A Austrália é considerada uma das nações mais seguras do mundo. Com baixo nível de pobreza, tem um índice de criminalidade dos mais baixos do planeta. Além do clima tropical e da fauna interessante (canguru, coala, ornitorrinco, tubarões e os platypus, espécie aquática de ornitorrinco), há belezas naturais como a Grande Barreira de Corais na Costa Nordeste, as praias de água límpida e areia branca, as florestas tropicais, os desertos e as terras aborígines preservadas.

Este conjunto de fatores tem atraído cada vez mais brasileiros, tanto para trabalhar quanto para estudar ou fazer turismo. Em 2006, mais de 10 mil brasileiros estiveram no país para estudar ou trabalhar. Além da capital Canberra e de Sydney, as cidades mais requisitadas são Perth, Brisbane, Gold Coast e Melbourne.

Segundo Érica Carneiro, agente da Visacorp, registrada na Autoridade de Agentes de Migração da Austrália, os profissionais vindos do Brasil são muito bem-recebidos na grande ilha da Oceania. "O brasileiro é versátil e dedicado. Isso, para os australianos, tem grande valor na hora de recrutar profissionais que possam ajudar o país a crescer."

Há quase dois anos, o gaúcho Pedro Zimmermann deixou Porto Alegre para atuar como engenheiro de qualidade na indústria automotiva, em Melbourne. "Vim para cá com minha noiva. Os grandes pilares da decisão foram as possibilidades de carreira profissional, a segurança que a Austrália oferece e o ambiente ideal para formar uma família."

Segundo ele, o mercado na Austrália tem vários diferenciais positivos em relação à realidade brasileira. "O principal é o atual desenvolvimento econômico do país. Todos os campos estão em expansão, a economia cresce a passos largos e há uma clara escassez de profissionais qualificados."

Essa falta de profissionais, diz Zimmermann, tem gerado forte valorização para os especialistas em muitas áreas. "Claro, pela lei da oferta e da procura, a baixa oferta de profissionais em alguns campos se traduz em bons salários. Somando isso a uma economia estável, pode-se dizer que o padrão de vida que se atinge aqui é bem superior ao obtido no Brasil."

O publicitário Maurício Pucci iniciou a carreira em 1990, como gerente de promoções, e, após passar por algumas agências brasileiras, decidiu ir para a Austrália. "Em 1994, vendi o meu carro e fiz as malas para passar um ano na Austrália, estudando inglês, e não voltei mais", conta Pucci, que hoje mora em Sydney.

Para o publicitário, há mais vantagens do que desvantagens em se morar no país da Oceania. "A comida, com condimentos orientais e legumes, é o que o brasileiro mais estranha. Mas a adaptação é muito fácil. Mesmo em Sydney, que é uma cidade grande, as pessoas se sentem confortáveis e seguras. Os bairros são completos, com escola, trabalho e praia. A saudade de casa também atrapalha no início, porém, a qualidade de vida e o retorno financeiro valem a pena."

Perto do Pólo NorteDa mesma forma que a Austrália, o Canadá tem uma população pequena, e a formação de profissionais não atende às exigências de crescimento do país. Além deste quadro, a Província de Quebec tem outra peculiaridade: faz parte da porção francesa canadense (mais de 80% da população local fala o idioma). Um dos motivos pelos quais a província tem buscado pessoas de outros países é justamente a manutenção do francês como uma das línguas oficiais do Canadá.

Por isso, o governo de Quebec está recrutando profissionais que, além de experiência, também dominem o francês. Não há restrições sobre estado civil, filhos ou família, mas a exigência mínima e de nível técnico ou, evidentemente, graduação superior. Os aprovados na seleção entram no país com visto permanente (com direito a trabalhar, estudar e entrar e sair do país), documento que só não dá direito a participar da vida política do país. Entretanto, depois de três anos, é possível solicitar a cidadania canadense.

Tantas facilidades têm levado um contingente grande de profissionais de vários países a morar em Quebec, que tem Montreal como a cidade mais conhecida. Em 2007, devem ingressar na província, com o objetivo de morar e trabalhar, cerca de 44 mil estrangeiros. A estimativa é de que hoje existam mais de 3 mil brasileiros morando e trabalhando em Quebec.

Assim como na Austrália, no Canadá não há garantia de emprego. Mas os profissionais selecionados contam com apoio para obter a colocação o mais rapidamente possível - desde a elaboração do currículo até a expedição de cartas de recomendação.

A variação de temperatura (25 graus negativos no inverno a 30 positivos no verão) não chega a assustar os brasileiros. O curitibano Afonso Carlos Sampaio Bially, graduado em Processamento de Dados pela Universidade Federal do Paraná e especialista em Análise de Sistemas pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), mora há um ano em Quebec City e está plenamente adaptado à nova vida. "Quebec acolhe de forma extraordinária seus recém-chegados, tanto por meio dos serviços públicos, como nos sistema de ensino e de saúde, como também nas universidades", diz Bially.

Consultor em desenvolvimento de sistemas para computadores de grande porte, nesse momento o paranaense presta serviço para o governo da província de Quebec. "O Brasil, há muitos anos, é reconhecido como um berço de bons profissionais de informática e também de boas empresas de informática. Logo, isso se reflete rapidamente ao chegarmos aqui."

Segundo Bially, praticamente não existem diferenças entre trabalhar com TI no Brasil e no Canadá. "Os equipamentos, linguagens de programação, ferramentas de desenvolvimento e todo o ambiente de informática presente no Brasil é o mesmo usado em todo o mundo. Desta forma, o mercado é o mesmo, tanto faz no Canadá, nos Estados Unidos, na Argentina ou no Brasil."

Casado e pai de três filhos (um de 13 anos e gêmeos de seis anos), ele considera o Canadá o lugar ideal para a vida em família. "O povo de Quebec é muito bem-humorado (semelhante ao brasileiro), extremamente gentil, polido, acolhedor, carinhoso e atencioso com suas crianças e idosos. A preocupação com o bem-estar das famílias chama muito a atenção. Os bairros, construções e o modo de vida são direcionados de forma a atender bem às famílias com crianças (nosso caso)", elogia.

(Gazeta Mercantil - Marcelo Monteiro)

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